quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Transtornos de Ansiedade


Como referência à doença mental mais comum numa população jovem e adulta, podemos encontrar os Transtornos de Ansiedade. Nestes está presente, como o próprio nome indica, uma enorme carga de ansiedade, passando a ser considerada um problema mental quando influencia as nossas actividades de vida diárias. A ansiedade como forma de doença caracteriza-se pela intensidade prolongada a uma determinada situação, tornando difícil o controle dos sintomas físicos causando prejuízo na actividade social, dificultando e impossibilitando a adaptação. Ao contrário da ansiedade normal, esta paralisa o indivíduo, trazendo prejuízos ao seu bem-estar.
Assim, quando a ansiedade passa para um estado patológico podemos encontrar vários tipos de Transtornos de Ansiedade, que serão identificados e descritos de forma breve.

  • Transtorno de Ansiedade generalizada:
O transtorno de ansiedade generalizada é basicamente uma preocupação ou ansiedade excessivas, ou com motivos injustificáveis ou desproporcionais.
Uma das maneiras de diferenciar a ansiedade generalizada da ansiedade normal é através do tempo de duração dos sintomas. A ansiedade normal se restringe a uma determinada situação, ou seja, mesmo que uma situação problemática causadora de ansiedade não mude, a pessoa tende a adaptar-se e tolerar melhor a tensão diminuindo o grau de desconforto com o tempo. Assim, uma pessoa que permaneça apreensiva, tensa, nervosa por um período superior a seis meses, ainda que tenha um motivo para estar ansiosa, começa a ter critérios para diagnóstico de ansiedade generalizada.
Como principais sintomas presentes nesta patologia temos a dificuldade para relaxar ou sensação que se está no limite do nervosismo, cansaço fácil, dificuldade de concentração e esquecimento, irritabilidade e tensão muscular.

  • Síndrome do pânico:
O Síndrome do pânico habitualmente inicia-se depois dos 20 anos, tanto em homens como mulheres e, que se encontram na plenitude da vida profissional. Normalmente são pessoas extremamente produtivas, costumam assumir grandes responsabilidades, são perfeccionistas, muito exigentes consigo mesmas e não costumam aceitar bem os erros ou imprevistos. Também costumam a ter tendência a preocupação excessiva com problemas do quotidiano, têm expectativas altas, pensamento rígido, são competentes e confiáveis. Contudo, costumam reprimir alguns ou todos sentimentos negativos, sendo os mais comuns o orgulho, a irritação e, principalmente, os conflitos íntimos.
Essa maneira da pessoa ser, acaba por predispor a situações de stress acentuado e isso pode levar ao aumento intenso da actividade de determinadas regiões do cérebro, desencadeando assim um desequilíbrio bioquímico e consequentemente o aparecimento do pânico.
Como sintomas deste síndrome temos as palpitações, sudorese, tremores, sensação de falta de ar, dor ou desconforto no tórax, náusea ou desconforto abdominal, tontura ou vertigem, formigueiros e calafrios ou ondas de calor.

  • Agorafobia:
A Agorafobia é o medo de estar em espaços abertos ou no meio de uma multidão. O agorafóbico teme a multidão pelo medo de que não possa sair do meio dela caso se sinta mal e, não pelo medo da multidão em si. Muitas vezes é sequela do Síndrome do Pânico. Quando o medo surge é difícil saber se, se esta a ter um ataque de pânico ou agorafobia, porque ambos tem quase os mesmos sintomas.
A agorafobia poderia ser traduzida mais precisamente como o “medo de ter medo”. A antecipação da sensação de mal-estar é tão intensa que pode originar um episódio de pânico. É uma perturbação marcada por um estado de ansiedade agravada, que aparece sempre que a pessoa se encontra em locais ou situações dos quais seria difícil sair caso se sinta mal.
Diferentemente da maior parte das pessoas, que não se preocupa com esse tipo de coisas, o agorafóbico não consegue desvincular-se dessas crenças irracionais, o que pode levar a comportamento de fuga em relação a situações potencialmente ameaçadoras, como ir ao cinema, concertos e supermercados, limitando cada vez mais a sua qualidade de vida.
Assim, tais pessoas só se sentem verdadeiramente bem em casa ou no seu carro (por ser visto como um prolongamento do lar, ou seja, um meio rápido de lá chegar em caso de aflição). O agravamento da situação condiciona, de forma brutal, o quotidiano dessas pessoas, pelo que actividade simples como ir aos supermercados ou ginásio deixarão de poder ser concretizadas sem acompanhamento.

  • Fobia social:
A Fobia Social está centrada em torno de um medo de expor-se a outras pessoas e tem como consequência o afastamento e evitamento social. Esse tipo de fobia pode se referir a situações como comer ou falar em público, urinar em banheiro público e, muito frequentemente, de assinar cheques à vista de pessoas estranhas, ou seja, são as situações que envolvem quase todas as circunstâncias sociais fora do ambiente familiar.
Nesta doença,  a exposição à situação social ou de desempenho provoca, quase invariavelmente, uma resposta imediata de ansiedade, a qual pode assumir a forma de um ataque de pânico ligado à situação ou predisposto pela situação.

  • Fobia específica:
Uma Fobia específica é um termo geral que define qualquer espécie de ansiedade que aparece, passando para um medo irracional relacionado com a exposição a objectos específicos ou situações. Por conseguinte, as pessoas afectadas tendem a evitar o contacto directo com os objectos e situações e, em casos extremos, qualquer menção ou retrato destes.
Como tipos desta fobia temos os seguintes:
1.    Animais (medo de aranhas – aracnofobia, medo de cobras - ofidiofobia);
2.    Ambiente natural (medo de alturas – acrofobia, medo de relâmpagos e temporais – brontofobia);
3.    Situacional (medo de espaços pequenos – claustrofobia, medo do escuro – nictofobia);
4.    Sangue/injecções (medo de procedimentos médicos inclusive de agulhas e injecções – aicmofobia);
5.    Outro (medo de palhaços – coulrofobia).

  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC):
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é um transtorno de ansiedade caracterizado por pensamentos obsessivos e compulsivos no qual o indivíduo tem comportamentos considerados estranhos para a sociedade ou para a própria pessoa. Normalmente trata-se de ideias exageradas e irracionais de saúde, higiene, organização, simetria, perfeição ou manias e "rituais" que são incontroláveis ou dificilmente controláveis.
As obsessões são pensamentos ou impulsos que invadem a mente de forma repetitiva e persistente. Esses pensamentos invasivos são um fenómeno natural, entretanto, para os indivíduos com TOC são interpretados como indícios de algum risco, gerando muita ansiedade, medo e aflição. Como obsessões mais comuns podemos encontrar a preocupação excessiva com a sujidade, germes ou contaminação, preocupação com a exactidão, simetria ou alinhamento, pensamentos supersticiosos, etc.
            Por outro lado compulsões ou rituais são comportamentos ou actos mentais e repetitivos, executados em resposta às obsessões.   As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade associada às obsessões, levando a pessoa a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão. Assim, como exemplo de compulsões temos a lavagem ou limpeza, verificações ou controle, contagens repetitivas, acumular, coleccionar ou guardar objectos, etc.


  • Transtorno de stress pós-traumático:
O transtorno do stress pós-traumático acontece em pessoas que passaram por experiências extremamente desagradáveis, como um assalto, uma agressão física, desastres naturais ou um acidente automobilístico. As pessoas acometidas por este transtorno podem apresentar pesadelos em que revivem o momento da experiência desagradável ou podem lembrar-se, mesmo sem querer, do momento desta experiência.

O tratamento dos transtornos ansioso envolve o uso de medicamentos (antidepressivos e ansiolíticos), psicoterapias ou ambos, podendo este ser prolongado, pois o seu objectivo é aliviar os sintomas agudos da doença e prevenir novos episódios.

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